"Para quem não tem vergonha de ser o que é, e nem de contar o que faz" Caio Calil

O Ciclo da Carência

Posted by Cacá | Posted on 00:25 | Posted in


É tão estranho compreender o mundo das emoções. Ás vezes não conseguimos ter coragem suficiente para abordar aquela pessoa que nos atrai, ou expressar o sentimento que fica guardado a sete chaves dentro de nós. O medo acaba falando mais alto que a vontade de ser feliz.

A maioria das pessoas está tão preocupada com as aparências, em demonstrar ser superior, de pré-julgar que acaba deixando passar oportunidades e criando um ciclo vicioso.

Quando a situação chega a um ponto tão extremo, que não conseguimos mais dar conta de todos os atributos que decidimos não demonstrar acabamos agindo sob impulso e fazendo coisas desmedidas.

Encontramos um desconhecido na balada, saímos com aquele conhecido que sempre evitamos quando estamos sóbrio, ou procuramos uma aventura. Não há nada de original nisso, nem de construtivo. Por que deixar que o embalo de uma situação fale mais alto que nossos princípios!

Não que o acaso possa nos reservar algo agradável, mas dar tiro para o alto corre-se o risco de não acertar nenhum alvo ou ainda de que a bala retorne em sua direção.

E, quando nos damos conta, ao menor sinal de aproximação nos vemos fantasiando romances, criando expectativas, se iludindo com mentiras e gestos inofensivos.

As pessoas geralmente não se envolvem com os mesmos propósitos e até que tudo isso seja entendido, ocorrem mais decepções e lástimas. Eu fico me perguntando se o mundo está tão carente dessa forma, e se a maior parte das pessoas que freqüentam baladas almejam um relacionamento, por que será que é tão difícil dar o primeiro passo? Mostrar-se interessado, abrir as portas para que o outro possa, aos poucos, adentrar?

Não queremos ser magoados, não queremos sofrer, nem dar o braço a torcer. É melhor não arriscar guerrear se temos a chance de perder. No entanto, a carência é uma inimiga sorrateira, e quando ela chega, sem ser convidada, somos capazes dos atos mais sórdidos para satisfazer a sua vontade.

Não conseguimos findar relacionamentos que não existem mais, ficamos tão desesperados em falar com aquela pessoa que apenas nos deu um sorriso, ou ainda se foi um beijo descompromissado, já o consideramos o amor de nossas vidas.

As pessoas estão muito carentes de afeto. O sexo é mais instigante do que o amor gratuito, seja entre amigos, namorados ou mesmo ficantes. E ao se dar conta de que o contato físico não supre o que buscamos vem a frustração e, então, a busca se inicia novamente, voltando ao mesmo ciclo de antes.

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