"Para quem não tem vergonha de ser o que é, e nem de contar o que faz" Caio Calil

A Fase Escolar e o Preconceito

Posted by Cacá | Posted on 23:19 | Posted in

Quando a criança cresce e começa a descobrir sua sexualidade, ela então passa a entrar num novo mundo, em que seu corpo, seus gestos e suas atitudes estão em evidência. Tudo passa a ser questionado, e lá podem estar os primeiros indícios da homossexualidade.

Meninos que preferem brincar de boneca ao invés de bola, meninas que não gostam de usar vestido e são ótimas jogadoras de futebol, gestos mais delicados e a voz mais fina que o normal. Tudo isso reflete um longo trajeto de diferenças e preconceito.

Algumas pessoas te olham evitando, outras comentam impetuosas, ainda mais quando se está entre outras crianças sem pudor e desentendidas. As atitudes podem parecer normais, mas machucam a quem são direcionadas.

Os meninos da sala não sentam do seu lado e ficam caçoando de quem está próximo, as meninas que já se relacionam começam a te questionar e você não sabe o que responder. Talvez o pior de tudo é você achar aquele cara do outro ano super gato e não poder ao menos comentar.

“Quando eu estava na quinta série (ensino fundamental), havia um cara maravilhoso da sétima que tinha amizade com umas meninas da minha sala. A mais popular e descarada delas, vivia berrando aos corredores que achava ele gostoso, a minha vontade era fazer o mesmo.”

Está certo que com o tempo as coisas vão se esclarecendo e o que antes era um tabu, depois se torna não tão complicado assim. Você se reserva para não tornar público um gosto que não é muito bem aceito, porém e quando os outros fazem você se expor radicalmente.

“A avó de uma amiga da nossa turma havia falecido e nós pedimos dispensa ao diretor para irmos ao velório por um período, já que o cemitério era próximo da escola. Ao retornarmos para o colégio, sensibilizados pela situação, entramos de braços dados, eu e mais três meninas. Para minha infelicidade havia uma sala bem no andar de cima, nas janelas em frente a entrada da escola, que vendo a cena adoraram a oportunidade para manifestar seu preconceito. Eles gritavam em uníssono: Veado! Veado! Entramos na escola de cabeças baixas e mudos.”

Não importa pelo que você passa, ou como estão seus sentimentos, o preconceito não tem hora para te abordar. Depois que me formei não tive mais contato com a realidade escolar atual, aparentemente, a situação parece estar se refrescando, e os gays começam a se despontar cada vez mais cedo. No entanto, isso não faz alarde ao fim do preconceito, ainda nas ruas os gays são vitimados, não apenas por palavras como também por agressões físicas severas.

Na fase escolar estamos em contato com diversas personalidades, algumas nos identificam, outras nos discriminam, temos um leve parâmetro do que iremos viver, carregamos algumas lembranças, outras nem tão alegres, mas por maiores que parecem ser as preocupações, a maior delas era tirar nota!

Comments (5)

Isso reflete no que acontece nos dias de hoje. O preconceito tem inicio na vida escolar, verbamente; Logo depois vai para as ruas, baladas, lugares sociais onde não é mais a agressão verbal e sim a fisica.

Não existe mais espço para o preconceito, seja na escola, nas ruas... temos que ter em mente que ser gay não é nenhuma aberração, somos normais como mundo é!!!! que atire a primeira pedra aquele que nao tem o teto de vidro!!!
Cacá sou sua fã beijinhos!

"R" com certeza essas pequenas atitudes que começam com uma palavra mais pesada pode se tornar uma agressão mais forte futuramente, e seria muito bom se o que a Berenice defende pudesse ser o pensamento de todos, mas não só com os gays, o mundo ainda está cheio de preconceitos, precisamos mudar muitas atitudes para consertar isso, mas também acredito que não esconder é uma forma das pessoas estarem mais em contato e deixar de criar um tabu. Beijinhos!

Oi Caca, sabe esse texto me vez pular de ponta no bau das lembranças, com toda certeza a epoca da escola é a mais terrivel, paria tempos de inquisição, mais penso q se fosse diferente,talvez nao seriamos a pessoas fomos hj, claro q existe dor em algumas lembranças,mas a maioria serviu como aprendizagem, e com toda certeza me forteceu, as vezes penso como seria voltar hoje naquela epoca com a mente mais aberta q tenho hoje! o q poso afirmar é que teriamos muito rolos, bados e confusao! rsrsrs adore o post bjooo

Lucas

Oi Lucas, que bom ter te trazido essa sensação, por mais que nosso passado não tenha sido aquilo que almejamos, com certeza aprendemos com ele e ajudou a nos formar, toda experiência é válida! Bjo

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