Posted by Cacá | Posted on 19:59 | Posted in
A carência afetiva é uma merda mesmo. Quando estamos sem saída e desesperados por algo que nos supra, aquela opção que não parecia tão agradável em outra hora passa a se tornar o que convém para o momento. Ou seja, é o que tem pra hoje!
Não somente a pessoa com que se envolve, mas o tipo de comportamento que se admite, muitas vezes denigre a imagem e despedaça os valores, a moral e os bons costumes. Não que isso seja muito levado em consideração, mas é sempre bom se preservar.
Há uns dois anos atrás eu conheci um cara da minha cidade, a gente conversava por computador e tinha época que ele ficava fissurado querendo me encontrar, como eu tinha um pouco de receio acabava enrolando ele. Até que um dia, o desejo falou mais alto e eu decidi me arriscar.
Para meu delírio o bofy era muito bom, condizia com o meu porte físico almejado, era moreno, alto, de costas largas, cabelos pretos e bem curtinhos, um boca carnuda, tudo de bom. A gente se encontrou a noite, vasculhamos por um ponto escuro na cidade, pois estávamos de a pé e ficamos.
Gostei muito daquela noite, e ele pelo jeito também; nos encontramos novamente na noite seguinte, fomos para outro lugar e rolou de novo. Ia ter uma festa na cidade e ele me chamou pra ir junto. Como não era o tipo de festa que eu costumava freqüentar acabei dispensando, mas nos vimos depois.
Foi nossa primeira noite juntos, nos entendemos e ficou aquele gosto de quero mais. Nos próximos dias ele não respondia mais minhas mensagens e nem ligava mais pra mim. Eu achei estranho, uma coisa que parecia estar progredindo tão bem, desintegrar do nada. Sem que eu precisasse pesquisar, contando para um amigo meu, ele me passou informações sobre essa pessoa, era um ERRO!
Ele namorava outro cara e, aparentemente, o traia com várias pessoas, inclusive com esse meu amigo. Eu fiquei de cara e resolvi esquecer o exu. Algumas semanas depois, meu celular foi bombardeado por ligações e mensagens do Dito Cujo. Chateado pelo sumiço dele, fiquei sem atendê-lo até que depois de tanta persistência resolvi atender.
Com sua voz melosa e suplicando pra me ver, ele me disse que tinha terminado o namoro e que depois acabou voltando com o cara, mas que já estavam brigados de novo. Não querendo entender muito a história resolvi aproveitar da situação e aproveitar mais o bofy, ficamos mais uma vez.
A história se repetiu novamente, ficamos por uns dias e ele sumiu. Eu acabei confirmando a história deturpada do menino, seu desapego com o ex que o deixou para se casar. Enfim, problema ao lado de problema. Todavia, essa história ainda teve vários capítulos semelhantes, passavam-se meses e ele, freneticamente, insistia em me ver. Teve vezes que ele ligou mais de trinta vezes, detalhe de madrugada!
Quando a falta de sexo e a necessidade bradavam eu o atendia e sempre terminava do mesmo jeito, tudo foi indo até ele me deixar ao relento numa balada e ir embora sozinho. É muito ruim você ter a sensação de se sentir usado ou que está jogando na reserva. Quando o titular desfalca você escala uma outra opção.
Mas, tem horas que nós mesmos acabamos agindo da mesma forma. Sozinhos, acabamos entrando em contato com aquela pessoa que é gostoso ficar, mas que só serve pra isso.
Eu conheci um cara que dizia fazer programa, depois de muito negociar e curioso em conhecê-lo pessoalmente, ele decidiu me oferecer um test drive (free). Adorei o negão. Porém, pelo referencial dele, resolvi me afastar.
Muito tempo passado a gente se falou novamente pelo MSN e ele me convidou pra sair, arcando com todas as despesas. Eu achei estranho a atitude dele, devido ao que ele me disse que fazia. Esses encontros foram se tornando mais freqüentes e eram apenas físicos.
Depois de ter mais intimidade, ele havia me dito que mentira sobre a profissão por insegurança, já que ele não me conhecia. Eu não quis saber muito a verdade, porque curtia ficar com ele e quando estava sozinho acabava apelando pra sua companhia.
Eu sempre me pegava dizendo, dessa vez eu não vou ligar! E na última vez que pensei, ele acabou me ligando, mas acabamos não nos vendo. É muito bom ficar com ele, mas nossa única relação é sexual. Será que vale a pena suprir essa carência sem pensar nos sentimentos alheios? Ou tudo funciona como um acordo-comum subentendido?
Por mais que o nosso corpo peça por isso, ele refresca por um lado, já que a voz dos nossos sentimentos se cala a ação de nossos corpos.
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